terça-feira, dezembro 06, 2005

Phonsekeorema XXIII

Os Dedos Mindinhos
(Agora em Phonsekeorema)
Ora boas!!!
Decidi neste blog dar uma atenção, bem merecida a alguns textos que escrevi no início do blog, textos esses que não tiveram a "sorte" de se denominarem de Phonsekeoremas. Como acho que alguns desses textos devem, porque merecem voltar a ver a luz do dia, lembrei-me de os reeditar...
Pois bem, acho que já compreenderam esta minha ideia, e sem mais demora aqui vos deixo um desses textos, este escrito em 24 de Fevereiro deste ano...

O dedo mindinho do pé nasceu assim, periférico, acompanhando o conjunto dos restantes dedos. Há quem dê por ele (gostava de conhecer essa pessoa), mas o que é certo é que não consigo ver uma utilidade para esse mal fadado dedo. Quase um rococó, o mindinho fica ali, acompanhando o movimento dos dedos de verdade, mas sem qualquer funcionalidade.
Muito já se falou sobre o futuro do mindinho, tratado assim no diminutivo mais por desprezo que por carinho.
Devem-se estar a perguntar, porquê o dedo mindinho do pé. Porque o primo mindinho do dedo mindinho que falo, o dedo mindinho da mão, já tem a nojenta e vergonhosa função para alguns portugueses, e atenção que falo daqueles verdadeiros “com pedigree”, aqueles que o utilizam para envergar na sua extremidade um verdadeiro “canivete português multifunções”, para a sua higiene pessoal e não só. Podem até utilizá-lo como arma branca, ou mesmo simplesmente como objecto de estatuto social.
Há algumas tribos que colocam uma argola nas beiças, argolas essas que quanto maior, maior o seu estatuto e/ou mesmo religiões, como os judeus, que deixam aquelas, também magnificas tranças mescladas com umas farfalhudas barbas semelhantes a um ser mítico que veste um fato vermelho e é barrigudo. Pois bem, os nossos portugueses, não querendo ficar atrás, escolheram deixar crescer uma verdadeira obra de arte, inútil, que não se enquadra minimamente dentro dos padrões convencionais de beleza, a UNHACA…
Normalmente, esses seres, estão providos de outros acessórios que deixam transparecer facilmente a identificação dos utilizadores desse “canivete português multifunções”, como são a pulseira de ouro, o relógio em metal 5 números acima, a camisa aberta para deixar refulgir o “esquilo” que trazem agarrado ao peito, abrilhantado com o belo do fio também ele de ouro, entre outros… Mas voltando aos dedos, que destes personagens falarei numa próxima oportunidade, o nosso dedo mindinho do pé, aquele que só lhe consigo vislumbrar uma utilidade, está fadado ao esquecimento, ao desmembramento até. Esse apêndice reboludo, pequeno, que nem espaço tem para uma unhazinha, está ali confinado num canto do pé, muitas das vezes subjugado, amassado se quiserem, pelos outros dedos, esses sim com alguma finalidade. O dedo mindinho do pé, à semelhança de muitas características em nós, que nos ligavam aos nossos longínquos antepassados, estão a desaparecer ou já desapareceram.
Eu sou da opinião que este nosso trivial, banal, corriqueiro, insignificante dedo mindinho do pé fosse também colocado na lista de órgãos a serem dispensados à nascença…
Sei que estou a ser muito extremista, mas para quê ter uma coisa que não nos serve de nada? É que este nosso dedo mindinho do pé, nem sequer tem corpo para ter "bedum" como diria a minha avó…
Bom, agora que estou a terminar, devem estar à espera que eu diga afinal onde é que vislumbro o raio da utilidade para este dedo mindinho do pé. Pois é, já me esqueci. Seria uma utilidade à sua imagem, trivial, banal, corriqueiro, insignificante…
Phonseka ©

7 comentários:

Anónimo disse...

Que perspectiva.
Infelizmente vejo muitas pessoas com o hábito de levar o mindinho a certos sÍtios e em lugares pú blicos.

Carla disse...

risos...
Como sempre em grande forma.
Fica bem e desejo ke tenhas um bom feriado.
Bjx

pisconight disse...

Eu não dispenso os meus mindinhos. Aliás, a única coisa que dispensei foi a apendice e porque tive que a tirar. Se está cá, é porque faz falta par alguma coisa...
;)

Anónimo disse...

Eu cá acho que o meu mindinho é bem giro!!

Bjks e bom fim de semana.

Diabo da Tasmânia disse...

Gostei da nova estética.
Quanto aos mindinhos, vamos lá ver:
- nos pés daqui a umas dezenas de anos já nem existem porque a evolução genética vai fazer o que tem a fazer.
- nas mãos também em boa verdade de pouco me servem. Olha os simpsons, com 4 dedos e não deixam de fazer o que tu fazes.
Eu propunha ao criador trocar os mindinhos por um olho ou orelha extra!

Anónimo disse...

Quer-me parecer que estão todos errados, o mindinho não vai desaparecer com a evolução... vai é impor-se!
Os últimos estudos da Universidade de Floricultura Jamaicana indicam claramente que o mindinho superior (da mão) vai evoluir para uma arma de defesa pessoa, graças ao alongamento da unhaca, tornando-o útil para a humanidade se defender de ataques dos hipopótamos que vão adoptar um nome sem 'H' e aprender a falar, tornando-se no futuro em sanguinários vendedores de porta-a-porta. Já no caso do mindinho inferior (do pé), este não vai desaparecer, pois serão os outros dedos a desaparecer, tornando-se o mindinho o único dedo do pé. Tal acontecimento será devido, muito obviamente, à constante insistência das mulheres em enfiar os pés em mini sapatos, com uma largura no máximo de 5 cm, tendo que cortar todos os dedos à excepção do mindinho por este ser o único que cabe lá dentro.

Perante esta nova luz da teoria evolucionária devemos concluir que não só não é correcto chacotear esta protuberância digital, como ela própria se tornará fulcral no nosso futuro.

Müs disse...

E porque é que o chamam mindinho? Se isto é um diminutivo, o verdadeiro nome seria "mindo"? Será que já tivemos os dedos todos do mesmo tamanho? Será que o mindinho já foi o maior? ...