sexta-feira, dezembro 23, 2005

Phonsekeorema XXV

Como Apareceu o Pai Natal???
Não sei se já repararam mas o Natal está a acontecer… Já repararam? Ah, ok!!!
Pois bem, neste Phonsekeorema, o Duo Décimo Quinto, venho-vos falar de algo que aconteceu há muito anos… bem, não foi assim há muuuitos, foi há 2005 anos atrás.
Pois bem, há 2000 e 5 anos atrás, lá prós lados de Belém, estavam num belo pasto verdinho, quatro ovelhas, e uma disse:
- Mééééééééé!!!
Outra disse:
- Mééééééééééééééé!!!
E ainda outra disse:
- Miiiiiiiiiii!
As outras três, com cara de parvas disseram:
- Miiiiiiiiiiiii????????
Corrigindo o seu grave erro disse:
- Mééééééé!!!
E as outras exclamaram:
- Ahhhh!!!
A última suspirando diz:
- Mééééé… rda, que já estou farta de dizer Mééééé!!!
Nisto, a ainda outra ovelha avista ao longe um casal de humanos e um burro. Bom não era assim tão longe, eles estavam a passar mesmo ao lado delas, mas como as outras três ovelhas eram miupes não os tinham visto.
Nesse pasto também andava uma vaca, que ao ver o burro lhe pergunta:
- Quem és tu?
Ao que o burro responde:
- Sou um burro, por andar a acartar com as coisas destes humanos às costas, e ainda para mais com este frio, sou um burro, um buuurro…
- Se tens frio, chega-te aqui pró pé da minha palha… (disse a vaca)
- Ui, tanta simpatia… (disse o burro)
- Não é simpatia, é mesmo o espírito que se deve ter nesta altura, afinal, daqui a pouco começa pela primeira vez o Natal… (retorquiu inteligentemente a vaca)
De repente, começa-se a ver uma luz aparecer entre a palha, e sem mais nem menos aparece um bebé na palha…
- Cum caraças!!! (disse o burro)
- Estes humanos são sempre o mesmo, nem pedem nem nada, trazem logo amigos sem pedir!!! (exclamou a vaca)
As quatro ovelhas ao ver o menino aproximaram-se.
- Heia, ontem li no jornal, que isto ia acontecer… (disse a outra ovelha)
- Cala-te, tu não sabes ler. (disse a última ovelha)
Nisto o menino começa a ter frio, e começa a aproximar-se do bafo da vaca e do burro…
- Porra, o miúdo está a aproximar-se para se aquecer no nosso bafo, logo agora que não lavei os dentes. (diz a vaca)
- Ele bem que podia fazer um milagre e fazer uma fogueira, e já agora transformava alguma desta palha em febras… (retorquiu o burro)
- Mas tu não comes carne. (disse a vaca)
- Pois não. Mas que podia fazer isso podia… (diz o burro)
Ouvindo isso uma ovelha diz:
- Tás parvo? Achas que o miúdo faz milagres?
- Deixa-o crescer que vais ver… Vai parecer o David Coperfield… (comentou o burro)
Foi nessa altura que avistaram ao longe, 3 camelos que se acercavam, sobre os quais vinham 3 reis.
- Olha, olha, mais humanos e mais três burros como eu a acartar com eles… (diz o burro, como já devem ter reparado)
- Quem são vocês?! (pergunta a vaca)
- Somos uns camelos que andamos há cinco mil quilómetros atrás de um farol, mas deve ser um avião, porque não o conseguimos apanhar… (disse o camelo do meio)
Nisto vira-se um dos camelos:
- Porra, tou com uma dor de costas… Tenho que ir ver disto, senão ainda fico com bossas!!!
- Achas?! O teu dono é tão magro que não te faz isso… (diz o camelo eu tinha um tuperware o canto da boca, para recolher a baba e dar de sobremesa ao rei…
Os reis chegaram-se ao miúdo e um deles disse:
- Trago ouro para o menino.
A vaca esgazeada disse:
- Ouro!!! Isso é que é…!!!
O 2º rei, abriu um baú e disse:
- Eu trago... incenso, para o menino.
A vaca virou-se para o burro:
- Olha-me este, trás pauzinhos de incenso ao menino… Será que não conhece as normas da União Europeia em relação a brinquedos perigosos para crianças?
O 3º rei, chegou perto do menino e disse:
- Eu trago... Mirra!!!
Nisto, a vaca pôs-se de pé, saca da ponti-mola, e disse:
- MIRRA???!!! MIRRA!?!?!?! MIRRA?!?!?!
Nem um casaquinho!?! Nem um lenço de pano ou umas meias?!? Nem um guizo?!?
Mas que raio queres que uma criança faça com um vaso de mirra????????????
Põe-te andar daqui, e vê lá se voltas todos os anos, nem que seja vestido de Pai Natal e trazes prendas de jeito!!!
TÁS A OUVIR????
E foi assim que apareceu o Pai Natal...
Phonseka ©

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Phonsekeorema XXIV

O Apêndice Olfativo no Copo
(Agora em Phonsekeorema)
Ufff!!!
Até que enfim posso passar por aqui, ver os vossos blogs e adicionar ao meu mais um texto, embora já escrito há algum tempo, este em 3 de Março deste ano, mas que acho que mais uma vez merece ser denominado de Phonsekeorema.

Ora bem, estava eu um dia a beber um refrigerante amarelo, com umas bolhinhas a subir pelo copo numa animação esfusiante, numa correria até ao cocuruto do copo, amalgamando-se na espuma branca que o cobria, quando dou por mim a fazer uma coisa que se muitos ligassem, e/ou mesmo reparassem, não beberiam de copos alheios.
Olhando para o copo e para essas imensas bolhinhas, começo a reflectir sobre mais uma fastidiosa e inconveniente teoria, se assim se pode chamar…
De que é que estou a falar?
Do horroroso acto de colocar a nossa penca, a nossa máquina de fazer ranho, completamente dentro do copo enquanto bebemos ressarcidos a nossa bela e afável bebida.
Sei que é um acto do nosso quotidiano, e concerteza já reparam nesse acto inestético e pouco asseado, mas…
-“ Olha, desculpa, essa bebida é tua?”
-“É sim…”
-“Dás-me um golinho?”
-“Sim, toma.”
E damos por nós a ver discretamente, onde algures no copo estão as marcas labiais e lambuzadas que o Dono da bebida deixou…
Deparamo-nos com tais marcas, e orgulhosos do nosso acto salutar, viramos o copo para o lado oposto, sabedores que esse lado está casto, e… colocamos os nossos rebordos bocais precisamente onde esse nosso Amigo acabara de colocar o narigão.
Não me considerem um partidário da boa moral e dos bons costumes, até porque também efectuo tal acto, uma vez que não estamos a matutar segundo a segundo o que está para além dos actos normais do nosso dia a dia.
Nem digo que quem beba sedento do copo de outrem, seja imediatamente fulminado por um raio luminoso vindo de onde quer que seja, o chamado raio que o parta. Mas se nos imaginarmos a colocar as nossas beiças na penca do Amigo, mesmo sendo indirectamente, já se fica de pé atrás.
Bom, uma das opções, mesmo não sendo uma opção que não foge nem fica imune a toda esta sordidez, seria beber no local intermédio do “gargalo” do copo, local esse que fica precisamente entre as impressões labiais e o local onde o apêndice olfactivo esteve deposto, o que faz com que não seja assim tão boa ideia…
Já agora, o tal refrigerante amarelinho com tantas bolhinhas simpáticas, que corriam para se misturarem com a cremosa espuma branca, era como obviamente já lá chegaram, a verdadeira “bejeca”…
Phonseka ©

terça-feira, dezembro 06, 2005

Phonsekeorema XXIII

Os Dedos Mindinhos
(Agora em Phonsekeorema)
Ora boas!!!
Decidi neste blog dar uma atenção, bem merecida a alguns textos que escrevi no início do blog, textos esses que não tiveram a "sorte" de se denominarem de Phonsekeoremas. Como acho que alguns desses textos devem, porque merecem voltar a ver a luz do dia, lembrei-me de os reeditar...
Pois bem, acho que já compreenderam esta minha ideia, e sem mais demora aqui vos deixo um desses textos, este escrito em 24 de Fevereiro deste ano...

O dedo mindinho do pé nasceu assim, periférico, acompanhando o conjunto dos restantes dedos. Há quem dê por ele (gostava de conhecer essa pessoa), mas o que é certo é que não consigo ver uma utilidade para esse mal fadado dedo. Quase um rococó, o mindinho fica ali, acompanhando o movimento dos dedos de verdade, mas sem qualquer funcionalidade.
Muito já se falou sobre o futuro do mindinho, tratado assim no diminutivo mais por desprezo que por carinho.
Devem-se estar a perguntar, porquê o dedo mindinho do pé. Porque o primo mindinho do dedo mindinho que falo, o dedo mindinho da mão, já tem a nojenta e vergonhosa função para alguns portugueses, e atenção que falo daqueles verdadeiros “com pedigree”, aqueles que o utilizam para envergar na sua extremidade um verdadeiro “canivete português multifunções”, para a sua higiene pessoal e não só. Podem até utilizá-lo como arma branca, ou mesmo simplesmente como objecto de estatuto social.
Há algumas tribos que colocam uma argola nas beiças, argolas essas que quanto maior, maior o seu estatuto e/ou mesmo religiões, como os judeus, que deixam aquelas, também magnificas tranças mescladas com umas farfalhudas barbas semelhantes a um ser mítico que veste um fato vermelho e é barrigudo. Pois bem, os nossos portugueses, não querendo ficar atrás, escolheram deixar crescer uma verdadeira obra de arte, inútil, que não se enquadra minimamente dentro dos padrões convencionais de beleza, a UNHACA…
Normalmente, esses seres, estão providos de outros acessórios que deixam transparecer facilmente a identificação dos utilizadores desse “canivete português multifunções”, como são a pulseira de ouro, o relógio em metal 5 números acima, a camisa aberta para deixar refulgir o “esquilo” que trazem agarrado ao peito, abrilhantado com o belo do fio também ele de ouro, entre outros… Mas voltando aos dedos, que destes personagens falarei numa próxima oportunidade, o nosso dedo mindinho do pé, aquele que só lhe consigo vislumbrar uma utilidade, está fadado ao esquecimento, ao desmembramento até. Esse apêndice reboludo, pequeno, que nem espaço tem para uma unhazinha, está ali confinado num canto do pé, muitas das vezes subjugado, amassado se quiserem, pelos outros dedos, esses sim com alguma finalidade. O dedo mindinho do pé, à semelhança de muitas características em nós, que nos ligavam aos nossos longínquos antepassados, estão a desaparecer ou já desapareceram.
Eu sou da opinião que este nosso trivial, banal, corriqueiro, insignificante dedo mindinho do pé fosse também colocado na lista de órgãos a serem dispensados à nascença…
Sei que estou a ser muito extremista, mas para quê ter uma coisa que não nos serve de nada? É que este nosso dedo mindinho do pé, nem sequer tem corpo para ter "bedum" como diria a minha avó…
Bom, agora que estou a terminar, devem estar à espera que eu diga afinal onde é que vislumbro o raio da utilidade para este dedo mindinho do pé. Pois é, já me esqueci. Seria uma utilidade à sua imagem, trivial, banal, corriqueiro, insignificante…
Phonseka ©

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Phonsekeorema XXII

A Letra H
Há coisas que foram feitas para não serem pronunciadas, e uma delas é a letra “H”…
Esta é sem dúvida, uma das letras que mais polémica provoca.
Esta letra, é completamente esquecida quando se lê, portanto, há muita gente que faz jus à leitura e não se lembra dela quando escreve, mas não admira, o “H” é uma letra muda, transparente, olvidada…
O “H”, deve ser a única letra onde escrevendo-a, ela própria não é utilizada. “Agá”, que é feito do ”H”?
Pois é, venho neste Phonsekeorema, o Duo Décimo Segundo, expor o desprezo que se dá a esta letra.
Todos nós – espero eu –, quando estamos a falar, não pensamos nas letras que vamos empregar nessa palavra, mas de certeza que se houver algum tolinho que pense, dificilmente pensa no “H”…
Um dos locais em que essa palavra é mais mal empregue é no “há” do verbo existir, sendo escrita apenas “à”, o que numa frase, esse simples esquecimento mudará o sentido dessa mesma frase…
A única vez que se dá pelo “H”, é quando esta se une com outras letras como o “L” ou o “C”, mas mesmo assim, continua muda, emitindo apenas um ruído parecido ao de uma televisão mal sintonizada, um som tipo, XEEEEEEEEE!!! E entre outras letras, como no caso da letra “N”, que faz um som estranho que não consigo descrever…
Há coisas e coisas que começam o seu nome pela letra “H”, como é o caso das Hienas, elas são assim parvas, e estão sempre a rir, porque são parvas, lá está, estas não têm nada a ver com o nome começar por “H”, são parvas e pronto. Passemos a outro animal, os Hipopótamos. Os hipopótamos, apenas pelo facto de começarem o seu nome pela letra “H”, tiveram que aprender a nadar…
Isso mesmo, a nadar, porque como têm o nome começado por uma letra muda, eles também não conseguiam pedir por socorro quando se estavam a afogar, pois também eram mudos. Mas com a adaptação da espécie a esses afogamentos, os Hipopótamos começaram a aprender a nadar, e isto tudo porque o seu nome começa por “H”.
E esta hein?!? Nem Darwin...
Saindo agora um pouco da língua portuguesa, o “H”, é em alguns países, substituído por um “TIL”. No caso de Espanha, o próprio nome do país, é escrito com o “TIL”, España…
Meus amigos, uma coisa temos que louvar na língua portuguesa, – para além de ser bem mais bonita que a espanhola –, é que não descartamos a letra "H".
Será que para eles o problema do “H” antes do “À”, do verbo existir escreve, “TIL Á”?
- Ah e tal, til á hipopótamos que não sabem nadar…
Ao escreverem “TIL” antes do “Á” já se sabe que se tratava de um “Á” com “H”…
Ou não será assim?

Bom, agora que acabei de escrever este Phonsekeorema, e depois de o ler, acho que era melhor estar quietinho, mas sem “H” e sem nexo algum…
Phonseka ©